O CFP (Conselho Federal de Psicologia) divulgou nota nesta
terça-feira (18) em que "manifesta indignação" e critica a aprovação
de projeto que permite aos psicólogos promover tratamento com o objetivo de
curar a homossexualidade.
"O que aconteceu na tarde desta terça-feira configura
um episódio triste para a história brasileira, que enfraquece a luta pelos
Direitos Humanos no Brasil e, consequentemente, a Comissão de Direitos Humanos
e Minorias", afirma trecho da nota.
O texto, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), foi
aprovado hoje na comissão de Direitos Humanos da Casa, presidida pelo deputado
Marco Feliciano (PSC-SP).
A entidade de classe diz que o debate do projeto foi marcado
por uma "discussão truculenta e arbitrária", com baixa participação
de congressistas. O conselho critica ainda a atitude "controversa" do
grupo: "Ao invés de proteger as minorias, as perseguem."
O projeto de decreto legislativo, de autoria do deputado
João Campos (PSDB-GO), suspende dois trechos de resolução instituída em 1999
pelo conselho. O primeiro trecho sustado afirma que "os psicólogos não
colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das
homossexualidades".
A proposta nesta terça hoje anula ainda artigo da resolução
que determina que "os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de
pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar
os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores
de qualquer desordem psíquica".
OMS
Na nota, o Conselho Federal de Psicologia lembra ainda que
desde 1990 a OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou a homossexualidade do
rol de doenças.
"Faz-se ainda necessário repetir: não se trata de negar
a escuta psicológica a alguém que queira mudar a sua orientação sexual, mas
sim, de não admitir ações de caráter coercitivo e dirigidas pelo preconceito,
como quando alguns psicólogos afirmam que a homossexualidade pode e deve ser
"invertida"", diz a nota.
Fonte: Folha de São Paulo