Se na edição de
2012 os barracos, a ostentação e o estivo de vida exagerado deram o tom, na
segunda versão não foi diferente. "Mulheres Ricas" 2013, reality show
da Band, também foi marcado pelo exagero e, segundo especialistas em etiqueta,
uma série de gafes e micos que não devem ser cometidos por ninguém. Para não
cair na mesma armadilha, veja quais foram os pecados cometidos por Val
Marchiori, Cozete Gomes, Mariana Mesquita, Andréa Nóbrega, Regina Manssur,
Narcisa Tamborindeguy e Aeileen Kunkel:
1. Falar muito
alto
Entre os sinais
mais perceptíveis de elegância, certamente falar em um tom de voz baixo, de
forma suave, é um dos mais valorizados. Na tentativa de se sobressaírem em
relação às demais, praticamente todas as "Mulheres Ricas" (as exceções
são Regina Manssur e Cozete Gomes, em algumas ocasiões) acabam exagerando no
volume. "Falar alto em qualquer ambiente é sinônimo de vulgaridade e
dificuldade de manter o autocontrole. No trabalho, então, pode colocar a perder
uma carreira promissora. E é um recurso usado por pessoas que querem se exibir,
mas nem sempre têm algo importante a dizer", afirma Célia Leão, consultora
de etiqueta empresarial e marketing pessoal.
2. Promover
vinganças sociais
Em um dos episódios
mais polêmicos do reality show, Aeileen Kunkel chegou à festa de aniversário de
Andréa Nóbrega e descobriu que seu nome não estava na lista de convidados. Ela
tinha recebido o convite, mas depois foi excluída porque tinha criticado
publicamente o jeito de Andréa se vestir. A aniversariante foi até a porta para
recebê-la, mas deixou claro que o fato não se tratava de um incidente, e sim de
uma vingança. Para Célia Leão, se ela queria deixar clara a insatisfação, não
deveria ter chamado a moça. "Ela não era obrigada a convidá-la",
explica. Segundo ela, esperar a ocasião certa para humilhar alguém não é uma
boa maneira de resolver pendências. Isso se faz com conversa, e a sós, não na
frente dos outros, o que só causa constrangimento.
3. Invadir o
espaço do próximo
Para a consultora
de etiqueta Ligia Marques, o episódio em que a polícia chega ao prédio de
Mariana Mesquita para checar a reclamação dos vizinhos sobre o barulho ilustra
bem a falta de respeito com o conforto alheio. "Ficou claro que ela só
continuou a festa, e até às sete da manhã, porque se acha acima do bem e do mal
por ter dinheiro. Uma clara demonstração de falta de educação", diz Ligia.
Para o professor de etiqueta e consultor de qualidade de vida Cláudio Pelizari,
quem tem esse tipo de comportamento normalmente age sob dois pesos e duas
medidas. "Quando se sente incomodada, se vê no direito de reclamar. Mas
quando é alvo de reclamação, não quer nem saber se está incomodando".
4. Fofocar e
alfinetar gratuitamente
Um dos passatempos favoritos das "Mulheres Ricas" é falar mal
uma das outras e distribuir indiretas. Das roupas às jóias, passando pelo corte
de cabelo e pela decoração da casa. O público pode achar divertido,
principalmente os bate-bocas entre Val e Cozete, mas segundo os especialistas
em etiqueta, as alfinetadas demonstram agressividade e ausência total de
educação.
"Muitas farpas são ditas com a desculpa de ajudar, de fazer uma crítica
construtiva. Não é bem assim. Uma amiga que quer auxiliar nunca expõe a
outra", declara Danielle Ferraz. "Quem é amiga de verdade fala para
ela, em vez de falar dela", diz Ligia Marques, para quem a fofoca é uma
via de mão dupla. "Ela sempre vai falar mais mal de você do que de
terceiros".
5. Achar que é melhor
do que os outros pelas posses
A possibilidade de comprar artigos de marcas de luxo é exibida
constantemente no reality show. "Ostentar demonstra futilidade, grossura e
deselegância. Quem tem dinheiro e refinamento não precisa disso, pois sabe que
bom corte de uma roupa ou o material de uma bolsa falam por si mesmos, ainda
que o logotipo nem apareça", afirma Danielle Ferraz. A fissura em gabar-se
de que pode adquirir bens materiais caros também tem o risco de parecer
autoafirmação e baixa autoestima. "Quando alguém é elegante, a própria
pessoa é quem dá glamour ao que usa, e não o contrário", fala Cláudio
Pelizari.
6. Desrespeitar
anfitriões
Em uma festa em sua casa, a advogada Regina Manssur presenteou os
convidados com uma apresentação de tango. Val Marchiori, então, estimulou
Brunete Fraccaroli (arquiteta que participou da primeira edição) a fazer o
mesmo. Resultado: Regina não permitiu, porque queria brilhar sozinha, e Brunete
ficou constrangida. Aeileen quis também quis fazer um show no aniversário de
Narcisa e se deu mal, pois o programa mostrou que ninguém prestou muita atenção
na moça. "Querer aparecer mais do que a dona da festa é uma atitude inconveniente",
diz Danielle Ferraz.
7. Falar sobre preços
"Gente verdadeiramente elegante não pergunta sobre peso, idade,
quanto custou e onde comprou", declara a especialista Célia Leão.
"Mas, sobretudo, não faz alarde sobre quanto pagou por determinada coisa.
Isso é atitude de quem quer se legitimar através de bens materiais", fala.
Em "Mulheres Ricas", as participantes não só fazem questão de revelar
o tempo todo o valor que pagaram por um vestido ou uma jóia como não hesitam em
perguntar o mesmo umas às outras. Até o preço de bebidas e pratos é discutido,
valorizado e serve como fator crucial para as escolhas. "Me parece uma
tentativa desesperada de preencher um vazio interior", afirma Ligia
Marques.